Você chega à academia, Segunda Feira,
OBA!!! É DIA DE TREINAR PEITO!!! Ajusta a barra, aquece ali mesmo,
“ajusta” (entre aspas) a carga, deita e desce e sobe a barra até a
recomendação descrita no seu treino.. Ta certo?? Desço até o peito
professor?? Não é tão simples assim…. Veja como uma boa execução pode
mudar, e muito, sua forma de realizar esse exercício essencial para quem
quer construir peitorais bem trabalhados.
Até onde descer a barra é o menor dos
problemas encontrados na execução desse exercício, alguns cuidados são
necessários para se garantir a saúde das articulações para que lesões
não ocorram, uma avaliação de um bom profissional lhe garante parte
dessa segurança e o estímulo máximo dos músculos do peitoral.
Para
responder a pergunta à clássica pergunta se devemos descer ou não a
barra no peito a resposta é a mesma que para todas os “devemos ou não
fazer” de todos os exercícios: DEPENDE DE QUEM ESTIVER EXECUTANDO. Uma
pessoa com caixa torácica grande provavelmente encostará a barra no
peito, uma pessoa com caixa torácica rasa que tente encostar a barra no
peito vai ultrapassar a angulação de 135 graus de extensão horizontal de
movimento (pensando em uma articulação sadia) gerando um stress
completamente desnecessário e lesivo. Então a resposta é simples, cada
pessoa vai descer a barra até certo ponto, cada um terá uma amplitude de
movimento na fase excêntrica diferente.
Vamos a execução do exercício que, sendo
um movimento de membro superior, deverá começará por uma ação estática
ou dinâmica das escapulas, sem esse movimento iremos empurrar o supino
com a musculatura do Serrátil Anterior e não do Peitoral, o que foge
completamente do nosso foco correto??
Provavelmente você deve estar se
perguntando o que seria essa ação estática ou dinâmica que devemos
realizar em TODOS os movimentos de membros superiores. Digo-lhes que o
banco de supino não é para deitar, é para apoiar o músculo trapézio que
sustentará a carga do supino pelas escápulas aduzidas, para apoiar o
glúteo levemente sendo que o arco entre o trapézio e os pés é sustentado
pela força da musculatura da coxa, dessa forma, consegue-se não só uma
melhora no movimento como também ampliando a capacidade de carga,
objetivo pela qual treinamos, não há sobrecarga lombar por se fazer o
arco do supino, ao contrário, sustentar a posição reta faz com que você
use o banco de supino como cama, o que é ineficaz porque além de
diminuir a capacidade de força aumenta a chance de lesão dos ombros, por
trabalhar com as escápulas abduzidas e o aparelho suspensório do ombro
tensionado (que é muito mais fraco que o músculo peitoral).
Na
posição do supino durante a fase negativa o úmero vai para baixo
enquanto a articulação vai para cima na direção da cápsula anterior, a
execução do exercício em si é aparentemente simples, mas o primeiro
ponto a ser observado será o ângulo de abdução dos braços em relação ao
tronco que NÃO deverá ser maior que 75-80 graus (figura ao lado) com a
barra descendo aproximadamente no meio do osso Esterno. Um ângulo mais
aberto que este colocará os ombros numa situação mecânica de alto risco
reduzindo demais o espaço abaixo do Acrômio comprimindo os tendões que
por ali passam. No ponto mais baixo da fase negativa os antebraços
deverão estão formando um ângulo de 90 graus com a barra.
Agora deite no banco com os pés
espaçados e bem firmes no chão. Não fique com os pés suspensos no ar ou
sobre o banco. Seu corpo precisa de estabilidade para levantar a carga
com eficiência e segurança. Ao se posicionar desta forma, a lombar
assume uma posição levemente arqueada em relação ao banco, devido à
curvatura lordótica normal da coluna com disse antes, você não está
“forçando” a coluna, como muitos gostam de dizer.
É
comum ver praticantes segurar a barra sem envolvê-la com o dedão.
Geralmente fazemos esse tipo de pegada é adotada para deixar a barra
mais próxima ao punho. Porém, essa pegada é totalmente desaconselhável,
pois a barra fica muito suscetível a escorregar e cair no rosto, na
garganta, ou na melhor das hipóteses, no peito. Além do mais, é possível
posicionar a barra exatamente nesta posição, próxima ao punho,
envolvendo-a com o dedão. É mais seguro e proporciona melhor desempenho,
pois permite a você apertar e transferir mais força à barra, técnica
que irei explicar em algum post mais a frente.
Referências: Professor Eder Lima; Fisiologista Paulo Muzy; Starting Strength, 2nd edition. Rippetoe, M.; Kilgore, L.